A história sobre o cérebro roubado de Albert Einstein

Albert Einstein (1879-1955) foi um famoso físico e matemático alemão que entrou para a lista dos maiores gênios da humanidade ao desenvolver a Teoria da Relatividade.

Dotado de uma das mentes mais brilhantes da ciência, seu legado inclui a explicação do efeito fotoelétrico, a formulação da teoria da relatividade espacial geral e restrita, além de grandes contribuições para a Física Estatística, por meio de sua explicação para o movimento browniano.

Além de uma vida fascinante, a história envolvendo sua morte foi bastante polêmica.

Desejo de Albert Einstein

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Foto: Reprodução

O físico alemão se preocupou em deixar claro o seu desejo de ser cremado, sua intenção era garantir que seu corpo não fosse estudado nem roubado, no entanto, não foi bem isso que aconteceu.

Falecido, em 18 de abril de 1955, aos 76 anos de idade, o médico patologista Thomas Harvey, foi um dos profissionais chamados para cuidar do seu corpo.

Totalmente contrário a vontade de Einstein, Harvey resolveu retirar o cérebro do cientista sem autorização, para nada mais nada menos do que estudar o órgão pensante do gênio da Física e compará-lo com cérebros de pessoas comuns.

Depois do intitulado roubo, Harvey convenceu o filho do cientista, Hans Albert, a permitir que o cérebro do pai fosse estudado. A condição imposta foi a de que Harvey compartilhasse suas descobertas com outros cientistas e usasse essas informações apenas para fins e publicações científicas.

A saga do cérebro de Albert Einstein

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Foto: Parte do cérebro do vencedor de um Nobel da Física, Albert Einstein CHRIS HELGREN/REUTERS

As viagens com o cérebro de Einstein foram muitas. Primeiro, foi levado para a Universidade da Pensilvânia, onde foi fotografado em diferentes ângulos, depois, o material foi dissecado e repartido em 240 pedaços, que foram mantidos em potes cheios de químicos no porão da casa de Harvey.

Harvey tinha uma certa obsessão pelo falecido físico, o que ocasionou a perda de seu emprego e afetou diretamente sua vida pessoal.

Em determinado momento, o patologista se envolveu em uma briga com a esposa, que ameaçou jogar tudo fora. Preocupado, Harvey levou o cérebro para uma cidade no Kansas, onde o escondeu por 20 anos. Durante esse tempo, Harvey enviava pequenos pedaços do cérebro de Einstein para pesquisadores que tinham interesse em estudar o órgão.

Ao deixar o Kansas, foi morar em Weston, Missouri, local onde perdeu sua licença médica depois de reprovar em uma prova. Os estudos com o cérebro, portanto, continuaram.

Thomas Harvey working in a factory

Foto: Harvey trabalhando em uma fábrica/ Reprodução: Documentário BBC

Tempos depois, Harvey retornou para o Kansas, onde sua carreira acabou de vez. Apesar de ter criado muita expectativa em torno do cérebro de Einstein certo que isso o tornaria um médico renomado, Harvey nesse momento, morava em um apartamento pequeno e trabalhava em uma indústria de plástico para pagar as contas.

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Foto: Reprodução/ Pote que contém o cérebro de Einstein 

Anos após o furto do cérebro de Einstein e a sua obsessão com o estudo do órgão, o patologista quis devolver o cérebro para uma neta do físico (Evelyn), porém ela não quis aceitar. Então, finalmente, ele cedeu o que tinha sobrado do cérebro para o Centro Médico da Universidade de Princeton, em 1998, mais de 40 anos após o roubo.

Harvey faleceu em 2007. O centro do cérebro de Einstein permanece em Princeton, e os pedaços dissecados foram doados para um centro de neuropatologias.

Ainda que toda essa história divida opiniões, há quem apoie a atitude de Harvey, afinal muitos estudos sérios aconteceram mesmo com o cérebro roubado. Aliás, acredita-se que as anomalias presentes no órgão pensante do físico o tornaram esse ser humano genial.

Cérebro de um gênio

pictures of Einstein's brain

No cérebro de Einstein havia mais células glia (que nutrem o cérebro e formam a mielina – essa substância reveste os neurônios e melhora a qualidade da transmissão de sinais ao longo do cérebro) do que os cérebros normais. Também, o órgão pensante de Einstein possuía um corpo caloso mais bem desenvolvido, o que favorece a comunicação entre os dois lados do cérebro.

Os estudos ainda revelaram que não havia qualquer indício de degeneração no cérebro de Einstein, o que seria esperado em um homem de 76 anos de idade.

Original photos of Einstein's brain

Muitos pesquisadores acreditam que foram essas características diferenciadas que contribuíram para o desenvolvimento da alta inteligência do físico, e essa conclusão só chegou até a humanidade hoje, porque um patologista “ousado” decidiu roubar o cérebro de uma das pessoas mais geniais de todos os tempos.

 

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