Um chá de cadeira já na segunda-feira! Reunião marcada, confirmada e mesmo assim, senta que lá vem atraso.
Quem nunca precisou esperar para ser atendido? Ás vezes por minutos, horas, uma eternidade para quem está ali, aguardando.
Foto: Reprodução
Afinal, de onde surgiu essa expressão, chá de cadeira?
Em 1808, a chegada da Família Real em terras brasileiras repercutiu em uma série de mudanças na cidade do Rio de Janeiro. Empenhados em preservar a distinção de seu cargo, os membros da Corte Lusitana criaram uma série de medidas e práticas que simbolizavam sua posição superior. Além disso, novos comportamentos de consumo, padrões estéticos e rotinas arquitetariam a cidade do Rio de Janeiro enquanto capital do Império Português.
Foto: Reprodução
Dada a Independência do Brasil, a divisão entre os membros da alta sociedade e a população menos favorecida ganhou outros vários elementos. Nessa época, a falta de pontualidade servia como uma artimanha que demonstrava a importância de uma autoridade. Por isso, mesmo que não houvesse um porque, os nobres e altos membros da burocracia deixavam as pessoas por horas a fio, esperando. Isso deixava claro que falar com “senhor ciclano” ou o “doutor fulano” era um privilégio.
Foto: Reprodução
Normalmente, enquanto aguardavam pela grande oportunidade de serem ouvidos, os subalternos tomavam xícaras e mais xícaras de chá como forma de aliviar a interminável espera. Acredita-se que foi por conta desse hábito bastante desrespeitoso que as pessoas começaram a dizer que tomaram um “chá de cadeira” enquanto esperavam ter seus minutos de atenção. Diga-se de passagem, esses padrões estavam bem longe da pontualidade associada aos britânicos.
Atualmente, esse hábito acabou tendo outras inferências interessantes. É comum observarmos as pessoas questionando a demora para serem atendidos por órgãos governamentais, reuniões em ambiente de trabalho ou até mesmo em encontros pessoais. O atraso tornou-se em nossa cultura, sinônimo de desrespeito.